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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

GRUPO DE TRABALHO NO WHATSAPP ("Esses idiotas da tecnologia se julgam mais livres porque trabalham pelo WhatsApp em casa no domingo." — Luiz Felipe Pondé)



Crônica

GRUPO DE TRABALHO NO WHATSAPP ("Esses idiotas da tecnologia se julgam mais livres porque trabalham pelo WhatsApp em casa no domingo." — Luiz Felipe Pondé)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Na escola que proibia o telemóvel, existiam professores que se proibiam às tecnologias. Agora, estão sofrendo mais que galinha para largar o choco! E force-lhes a muitas aulas síncronas e assíncronas. Quando voltarem às aulas presenciais, continuarão tomando os celulares dos alunos em nome da disciplina? Certamente, os alunos nunca mais estragarão os equipamentos pedagógicos, porque o professor, analfabeto digitalmente, solicitou-lhes para ligar a TV. A inteligência está para a beleza, assim como o luxo para a pobreza. EM TEMPO DE DESESPERO, a inteligência é uma deformidade, e a beleza uma pobreza, vale até a inversão de valores, testa-se tudo! A maioria continuará vencendo até a morte chegar para todos, mais cedo ou mais tarde...! E salve a COVID-19 que "penetra somente em corpos incompatíveis com a vibração do amor ao próximo", como disse  Melissa Tobias, autora do livro A Realidade de Madhu.
           Hoje ouvi uma expressão interessante de uma professora na hora da reunião pedagógica, a primeira desse ano, diga-se de passagem: — "O aparelho celular para o aluno é uma extensão de si mesmo". Apesar de tudo, após a pandemia da Covid-19, alguns professores incoerentes continuarão proibindo o uso de aparelho celular em sala de aula! Isto é, se as aulas voltarem a ser totalmente presenciais um dia. Então, o outro pulou acolá, dizendo: —"É proibido pelo regimento". Todavia, eu continuo achando que o problema não é o aparelho celular e nem do regimento antigo e desatualizado, mas sim a imprudência das pessoas, fazendo mau uso da ferramenta e, no momento impróprio. Agora que o uso é obrigatório para a escola virtualizada, será que já aprenderam a fazer um bom uso?
           Alguns professores também não abrem mão de sua extensão intelectual - o celular -  afinal há muitos aplicativos atraentes, interessantes e úteis. Então, toda escola em que trabalho tem um grupo oficial no Whatsapp (agora tem um para cada classe), com a proposta de agilizar os trabalhos. Porém, a rigidez proibitória implantada ao aluno, sobre o uso do aparelho, não é aplicada à distribuição das postagens ali. Não há hora e nem conteúdo discriminado, faz-se de tudo: Dão-se aulas e vendem-se bolsas, batom, frutas; evangelizam-se os colegas; esbaldam-se em bom dia, boa tarde e boa noite; tiram-se as diferenças com ameaças e tudo. Meia noite, ouço o sinal; Chegou mais uma mensagem! Esforço-me para ler logo, pois pode ser um comunicado da direção, assim talvez trabalho melhor! Nada, é só mais um "kkkkk" incentivando a discórdia sobre "modulação". O valor que tinha o Whatsapp foi levado à escola e vice-versa. É notório... Os aplicativos deveriam ser só o meio não o professor.
            Aí, morre a mãe ou o pai do coordenador; a família do professor tal sofre um acidente, está muito ferida; já o outro está passando mal em casa mesmo. Então, os solidários enchem a conta de afetuosas condolências: "sinto muito pela perda", "vai dar tudo certo", "Deus te abençoe e conforte" e "tenha fé". Todavia, a ala dos insensíveis e festeiros está postando, ao mesmo tempo e no mesmo local, fotos de alta resolução de bolos, salgadinhos, frutas e refrigerantes, tudo junto e misturado, mostrando ao grupo sua felicidade, pois à reunião que os moribundos não puderam ir foi bem gratificante. Não sei por que as pessoas gostam de se mostrar sorridentes, especialmente os que usam aparelho odontológico para consertar os dentes! Por aqui se vê até idosos com sorriso metálico, como adolescentes. Especialmente os professores gostam de se fotografar na beira de um córrego ou praia e ostentam nas redes sociais. Ou se sentam à porta da rua, na calçada, com uma lata de cerveja na mão, mostrando-se estufados de prazer, mas tudo isso não bastará se não fizerem uma "selfie".
          Aqui só estou sentido falta da pornografia, até porque a violência já aparece abundantemente nas noticias "linkadas", ainda bem, não tem aluno adicionado no grupo da coordenação. Entretanto é possível uma invasão dum filho de algum componente descuidado do grupo entrar e fazer a tal traquinagem! Talvez, dirá como eu: — "faltam só as pornografias comuns nessas mídias de relacionamento para o grupo 'bombar'". Ah! desculpe-me, eu esqueci que se trata de um grupo oficial de trabalho criptografado.
           Eu também criei um grupo no whatsapp com alunos da equipe de teatro da escola, com o intuito de desenvolver melhor os trabalhos, mas tornou-se uma "brigaiada" e banalização de tudo, por final, "grilei" e o excluí. Porém, tem de funcionar, se quiser conviver com o que pressupõe ser o distanciamento da repressão. Por isso, não sei até quando as tecnologias deixarão de ser problema para as entidades educativas  tradicionais!? Já dizia o Mário Quintana: "Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas..." Eu diria que essas pessoas virtuais não gostam de mostrar a sua intelectualidade.
           Você invade minha liberdade, e eu, a sua privacidade. Pois é, e não reclame de falta de privacidade nas redes sociais. Se ali tem todas as suas informações, foi você quem lá postou. Portanto, deixe de se fazer de vítima. Depois de tudo, vou fechando aqui com as palavras de Alexandre Dumas Filho, escritor francês: "A felicidade aparente é a que nos procura mais inimigos".
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 19/01/2016
Reeditado em 21/01/2016
Código do texto: T5516221
Classificação de conteúdo: seguro

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