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sábado, 20 de fevereiro de 2016

ATRÁS DA CULTURA ( “Proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade..." — Machado de Assis)



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ATRÁS DA CULTURA ( “Proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade..." — Machado de Assis

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Foi planejada uma visita ao Centro Cultural Oscar Niemeyer. E lá fomos nós! Os alunos e a coordenadora estavam bem acomodados em um ônibus velho de cinco reais a passagem, logo atrás, estávamos, eu e uma colega no carro dela, era um carro seminovo, com uma potência considerável, seguindo o ônibus, pois não sabíamos como chegar ao tal espaço cultural. A gente via que ele podia ir mais rápido, mas não andava. Devíamos ter paciência com a velocidade para não nos perdermos.
           Nesse momento de angústia, tomei a viagem como uma metáfora completamente representativa da nossa relação com o sistema educacional. É assim que estamos atrás da cultura e nos conduzimos nas aulas, guiados a passos de tartaruga. Mas, por não sabermos aonde chegar e como chegar, o único jeito: seguirmos a "trenheira" toda. Por vezes, pensei nas inovações como antítipo do sair detrás do ônibus velho. Porém, as supostas consequências assustavam-me: o andar sem rumo e perdermos o alvo.
             Finalmente, já  avistando os edifícios do Centro Cultural. A colega se atreveu, e ultrapassamos o nosso guia, então ela acelerou e andamos rápido, achando que íamos chegar primeiro, qual não foi nossa frustração, depois de rodarmos por lugares não favoráveis. E finalmente no pátio cultural, avistamos o ônibus já estacionado, rodeado de aluno esticando as pernas: Provou-nos ser o melhor! Todavia, nessas ocasiões, quase sempre, alguns alunos ficam para trás, os que fogem da tripulação do veículo, representam os evadidos que o sistema procura até achá-los e os beneficia, com presentes e lanches gostosos. Por isso, alguns chamam-na, a aula de campo, de apenas passeio, um feitiço a mais, para agregar outros conteúdos aos da matriz curricular.
             Contudo, entendi que é muito difícil ser inovador e ousado nessa trajetória de vida. Não aceitar ser conduzido por marcos antigos é quase certo que levará desvantagem — Provérbios 22.28, onde lemos: “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais” (ARA). Tudo na educação é tão imbricado e, sendo assim, é desestimulante o cair fora da fila e deixar de ficar olhando a nuca do outro. O sistema sempre vence. A ordem é devagar e sempre. Não fiquei sabendo o nome do motorista da "nave", porém para mim, ele é Marcos, aquele que tem os pontos certos e experimentados, conhece todos os atalhos e prefere nos conduzir por caminhos costumeiros. Não é pedagogo, suponho, contudo é didático. Assim, estamos nós nas unidades escolares sem sair do "caixote".              
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 17/02/2016
Reeditado em 19/02/2016
Código do texto: T5546836
Classificação de conteúdo: seguro

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