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sábado, 21 de maio de 2016

A INTEMPERANÇA ALIMENTAR E A INDISCIPLINA ESCOLAR ("O meio ambiente apropriado, ações corretas e uma dieta adequada proporcionam saúde mental". — Ellen G. White)


A INTEMPERANÇA ALIMENTAR E A INDISCIPLINA ESCOLAR ("O meio ambiente apropriado, ações corretas e uma dieta adequada proporcionam saúde mental". — Ellen G. White)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu nunca imaginei que um simples lanche na escola pudesse me fazer questionar tantas coisas sobre a educação, a família e a sociedade. Mas foi o que aconteceu em uma manhã comum, quando me deparei com uma cena que me intrigou: alunos comendo arroz, carne e macarrão na sala de aula, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Eu, que sou professor há muitos anos, fiquei curioso para saber o que levava aqueles jovens a preferirem se alimentar na hora da aula, em vez de aproveitarem o intervalo ou o recreio. Será que eles não tinham fome em casa? Será que eles não se importavam com o aprendizado? Será que eles não percebiam que estavam prejudicando sua saúde física e mental?

Resolvi conversar com alguns deles, para tentar entender melhor a situação. Uma aluna do segundo ano do Ensino Médio me disse que estava ali pelos dois motivos: para comer e aprender. Mas ela colocou o comer em primeiro lugar, como se fosse mais importante do que o aprender. Outra aluna, que ouvia nossa conversa, me interpelou: “O senhor não é a favor do lanche na escola, porque quando estudou não tinha isso”. Eu respondi que eu era do tempo em que não se dava lanche na hora da aula, e a “educação” era melhor. Argumentei ainda que quando comemos, sentimos uma sonolência terrível, indispondo-nos às atividades intelectuais. Então, lembrei-me das palavras de Jesus, que recomendou o jejum temporário para melhorar a clareza mental. O estômago vazio intencionalmente não atrapalha estudar. O que atrapalha é a fome, mais precisamente, a certeza das impossibilidades de adquirir a alimentação.

Foi então que eu percebi que a escola que oferece conhecimento atrai intelectos, mas a que oferece comida atrai estômagos. E que muitos daqueles alunos estavam ali não por amor ao saber, mas por necessidade de sobreviver. E que a escola, ao oferecer comida, também assumia o papel das famílias: educar e alimentar suas crianças. Isso permitia que os pais fugissem de suas obrigações, depositando seus filhos na escola. Mas, a escola não pode substituir o lar. As famílias devem educar e alimentar suas crianças, e a escola, por sua vez, deve intelectualizá-las com conhecimentos técnicos e seculares.

No final daquele periodo, percebi que a escola é um microcosmo da sociedade. Vi exemplos de ações intemperantes na escola. Um exemplo de meio ambiente intemperante, repito: na sala de aula, comem todos os dias na hora da aula, porque na escola tem “lanche”. Ali, os parceiros comensalistas têm uma relação interespecífica, com benefício para um deles (alunado), mas sem prejuízo para a outro (escola); inquilinismo. Se todos por aqui dão seu “Jeitinho brasileiro”, eu também sou “Macunaíma”. Pois, ninguém pretende o “Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Agora os alunos e seus pais ameaçam tratar de quaisquer assuntos mínimos com a direção, porque de cima para baixo flui melhor. No terreno de “nervosinhos”, o equilíbrio mental é prejudicado com a falta de clareza. Ellen G. White defendeu que o meio ambiente apropriado, ações corretas e uma ‘dieta adequada’ proporcionam saúde mental. "Quando ela usou o termo ‘saúde mental’, associou-o à ‘clareza mental, nervos calmos, sossego, espírito pacífico como de Jesus’”. Poderíamos até pensar positivamente que achamos a solução para a indisciplina nas escolas, se não, pelo menos, uma aliada que ajudará bastante a combatê-la.

Mas eu não me iludo. Sei que o problema é mais profundo e complexo do que parece. Sei que o lanche na escola é apenas um sintoma de uma sociedade desigual, injusta e deseducada. Sei que o que falta mesmo é amor. Amor pela vida, pelo próximo, pelo conhecimento, pela verdade. Amor que se traduz em ação, em compromisso, em responsabilidade, em respeito. Amor que se alimenta de valores, de princípios, de ideais, de sonhos. Amor que se nutre de esperança, de fé, de coragem, de paz.

Eu ainda sonho com uma escola que ofereça mais do que comida. Que ofereça sentido, propósito, dignidade, felicidade. Que ofereça amor. E que esse amor seja o alimento mais saboroso e nutritivo para os nossos alunos. E para nós, professores. E para o mundo.

A INTEMPERANÇA ALIMENTAR E A INDISCIPLINA ESCOLAR ("O meio ambiente apropriado, ações corretas e uma dieta adequada proporcionam saúde mental". — Ellen G. White)

Eu nunca imaginei que um simples lanche na escola pudesse me fazer questionar tantas coisas sobre a educação, a família e a sociedade. Mas foi o que aconteceu em uma manhã comum, quando me deparei com uma cena que me intrigou: alunos comendo arroz, carne e macarrão na sala de aula, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Eu, que sou professor há muitos anos, fiquei curioso para saber o que levava aqueles jovens a preferirem se alimentar na hora da aula, em vez de aproveitarem o intervalo ou o recreio. Será que eles não tinham fome em casa? Será que eles não se importavam com o aprendizado? Será que eles não percebiam que estavam prejudicando sua saúde física e mental?

Resolvi conversar com alguns deles, para tentar entender melhor a situação. Uma aluna do segundo ano do Ensino Médio me disse que estava ali pelos dois motivos: para comer e aprender. Mas ela colocou o comer em primeiro lugar, como se fosse mais importante do que o aprender. Outra aluna, que ouvia nossa conversa, me interpelou: “O senhor não é a favor do lanche na escola, porque quando estudou não tinha isso”. Eu respondi que eu era do tempo em que não se dava lanche na hora da aula, e a “educação” era melhor. Argumentei ainda que quando comemos, sentimos uma sonolência terrível, indispondo-nos às atividades intelectuais. Então, lembrei-me das palavras de Jesus, que recomendou o jejum temporário para melhorar a clareza mental. O estômago vazio intencionalmente não atrapalha estudar. O que atrapalha é a fome, mais precisamente, a certeza das impossibilidades de adquirir a alimentação.

Foi então que eu percebi que a escola que oferece conhecimento atrai intelectos, mas a que oferece comida atrai estômagos. E que muitos daqueles alunos estavam ali não por amor ao saber, mas por necessidade de sobreviver. E que a escola, ao oferecer comida, também assumia o papel das famílias: educar e alimentar suas crianças. Isso permitia que os pais fugissem de suas obrigações, depositando seus filhos na escola. Mas, a escola não pode substituir o lar. As famílias devem educar e alimentar suas crianças, e a escola, por sua vez, deve intelectualizá-las com conhecimentos técnicos e seculares.

No final daquele periodo, percebi que a escola é um microcosmo da sociedade. Vi exemplos de ações intemperantes na escola. Um exemplo de meio ambiente intemperante, repito: na sala de aula, comem todos os dias na hora da aula, porque na escola tem “lanche”. Ali, os parceiros comensalistas têm uma relação interespecífica, com benefício para um deles (alunado), mas sem prejuízo para a outro (escola); inquilinismo. Se todos por aqui dão seu “Jeitinho brasileiro”, eu também sou “Macunaíma”. Pois, ninguém pretende o “Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Agora os alunos e seus pais ameaçam tratar de quaisquer assuntos mínimos com a direção, porque de cima para baixo flui melhor. No terreno de “nervosinhos”, o equilíbrio mental é prejudicado com a falta de clareza. Ellen G. White defendeu que o meio ambiente apropriado, ações corretas e uma ‘dieta adequada’ proporcionam saúde mental. "Quando ela usou o termo ‘saúde mental’, associou-o à ‘clareza mental, nervos calmos, sossego, espírito pacífico como de Jesus’”. Poderíamos até pensar positivamente que achamos a solução para a indisciplina nas escolas, se não, pelo menos, uma aliada que ajudará bastante a combatê-la.

Mas eu não me iludo. Sei que o problema é mais profundo e complexo do que parece. Sei que o lanche na escola é apenas um sintoma de uma sociedade desigual, injusta e deseducada. Sei que o que falta mesmo é amor. Amor pela vida, pelo próximo, pelo conhecimento, pela verdade. Amor que se traduz em ação, em compromisso, em responsabilidade, em respeito. Amor que se alimenta de valores, de princípios, de ideais, de sonhos. Amor que se nutre de esperança, de fé, de coragem, de paz.

Eu ainda sonho com uma escola que ofereça mais do que comida. Que ofereça sentido, propósito, dignidade, felicidade. Que ofereça amor. E que esse amor seja o alimento mais saboroso e nutritivo para os nossos alunos. E para nós, professores. E para o mundo.

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