"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 21 de março de 2015

SEXTA FEIRA, 13, NA ESCOLA (Minha eterna Sexta Feira,13, mesmo que seja um Sábado, ou Domingo, ou primeiro de abril.)



CrÔnica

SEXTA FEIRA, 13, NA ESCOLA (Minha eterna Sexta Feira,13, mesmo que seja um Sábado, ou Domingo, ou primeiro de abril.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           O acontecimento dessa tarde é digno de uma Sexta Feira, 13, três mães foram à escola defendendo os filhos por jogar objetos no ventilador da sala. Eu os entreguei à coordenadora, e ela solicitou a visita das mães à escola. Até então, eu nem sabia sobre seus pensamentos a meu respeito, mas só até então, pois, estava sempre bem intencionado e me esforçando por eles. Pelo que eu, quem devia acusá-los, saí acusado de maltratar e querer mal os alunos. Disseram sobre eu ter mandado os filhos delas tomar em no c... e o outro disse que o chamei de gay. Meu erro foi denunciá-los, não os chamei de nada, e por que faria, se conheço muito bem minha responsabilidade profissional; se assim não fora, eu nunca estaria zelando pela ordem! Mas, ainda que o tivesse chamado, hoje em dia, chamar alguém de gay é um elogio! Deplorável é essa resistência em aceitar o legado, isso sim é homofobia! Atribuíram-me  seus pecados. No final, quando eu esperava a repreensão dos meninos por estarem depredando o bem público e desacatando um funcionário público no exercício legal de sua função, tornou-se uma implicação moral, ou melhor, imoral para ambas as partes. Se fossem mais criativos em mentir, poderiam dizer que eu lhes chamei de burro, por que outros já o fizeram. E a classe toda estava de testemunha. No entanto, eu já estava torcendo para ficar livre daquela situação, e sair dali, fugir da celeuma, sem maiores consequências. Com tudo, os poderes operantes da Sexta Feira, 13, façam justiça, que sejam os votos de meus encostos.
           Jamais foi assim, mas agora, alunos brigam, com o apoio dos pais, pelo o direito de fazer tudo que querem na escola. O professor, meu colega, me contou da sua Sexta Feira, 13, no seu trabalho do noturno, depois de dois meses de aula, a aluna matricula-se e aparece, do nada, em sala de aula. A matéria já estava em andamento avançado. No final da aula, daquela noite, O professor perguntou à classe se entendeu, e a dita cuja lhe responde, de forma ríspida, disse não ter entendido nada, ordenou que lhe explicasse novamente. Então, ele alegou ser a primeira aula dela naquele mês, por isso procurasse os colegas para acompanhar o conteúdo do bimestre de trabalho. Mas, o caldo engrossou, quando ela se mostrou conhecedora demais das leis que lhe dão direitos, e lhe disse em mau tom: — "Você é pago para isso."
            Então eu garanto que se ela ainda não levou a mãe à escola, porque já é de maior, porém, com certeza, vai denunciar o professor, talvez já o fez! E foi também sua Sexta Feira, 13.
           Nessa mesma noite, eu passei por mais uma dessas, completando meu augúrio do dia, pedi a uma aluna ler em voz alta, e ela se negou, então forcei a barra, insistindo que não quebrasse a sequência da leitura dirigida. Foi quando uma atrevida intercessora, repreendendo-me, como o faz com o Demônio, disse para eu não expor a moça assim. E eu lhe retruquei, pedindo que não me expusesse assim também, afrontando meu planejamento daquela aula. Esta, também, vai me denunciar. Na EJA, eles "sabem tudo", só precisam do diploma gratuito para endossá-los.
           Todas as coisas ruins constroem nossa Sexta Feira, 13, mesmo sendo um Sábado, ou Domingo, ou primeiro de abril. É quase certo, na educação atual, todos os dias são Sexta Feira, 13. Todavia me conforto nas palavras de William Shakespeare: "Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida."
           Sobretudo, meu apocalipse se estende, no dia seguinte, sonhei que estava em um bosque sombrio e assustador de árvores altas e grossas, então ali, um burro de grande porte investia velozmente em minha direção com a boca arreganhada, cheia de dentes afiados à mostra, pronto a me morder. Em cima do enraivecido animal, estava uma criança bem montada e confortavelmente o direcionava! Eu tão ligeiramente me esquivava, escondendo-me por detrás dos troncos, repetidas vezes, corria de uma para outra árvore. Então, acordei em aflição, para atender o celular, era uma mãe de aluno pedindo-me explicação sobre uma atividade virtual Ufa! Ita fiat!!!
Klawdessy Ferreira

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Enviado por Klawdessy Ferreira em 14/03/2015
Reeditado em 21/03/2015
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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

CENSURA Jorge Antonio Monteiro de Lima (E faço minhas suas palavras, por termos inimigos comuns)




Censura

Jorge Antonio Monteiro de Lima 

           Escrevo em jornais, revistas e ou participo da imprensa nacional há mais de 18 anos ininterruptamente. Escrevo e colaboro falando de cotidiano, da nossa realidade, sobre comportamento, saúde e sou um critico de nossa realidade política e dos absurdos de nossa pós modernidade. Nas últimas semanas meu web site sofreu mais de 28 ataques e meu perfil na Wikipédia foi deletado porque nos últimos tempos evidencio os absurdos de nossa política. Fui chamado de coxinha, de pertencer a burguesia, de ser da minoria da elite branca mesmo sendo da esquerda e desenvolvendo várias atividades sociais para ajudar nosso povo. Mas por que na atualidade eu e vários outros jornalistas e profissionais da comunicação incomodamos tanto? O que há para esconder? Por que viramos inimigos deste tal militante que atua buscando silenciar ou detonar quem usa o direito democrático da livre expressão?  Por que você que fala tanto de ideologia não parte para o debate para discutir ideias e trazer a baila outros pontos de vista até para nos engrandecer com sua sabedoria?

Meu amigo militante que não trabalha, que é sindicalista, que vive de emprego comissionado, que não tem competência para atuar na iniciativa privada, nem para estudar para passar em um bom concurso público. Eu digo a você que vive de propina, que não sabe sequer assinar seu nome direito, peço encarecidamente que  ao menos aprenda a ler o básico da obra de Marx para entender a diferença entre esquerda e direita antes de me questionar. Já ouviu falar de ética amigo militante? Papai ou sua mamãe não te ensinou o que é trabalho, nem pegar o que não lhe pertence? Amigo militante hoje você resolve censurar meu perfil na Wikipédia… um ataque tentando me intimidar ou me silenciar… não vou dormir hoje de tão preocupado que fiquei. Eu como vários outros jornalistas e comunicadores não vamos nos calar. Eu sou apenas um dos milhares que existem e que diferentemente de você trabalho em prol da sociedade, para ver um mundo mais justo com saúde, educação, enquanto você fica aí puxando saco de político  corrupto, falando de socialismo ou de distribuição de renda, discursos vazios que hoje não existem na prática por que vivemos o absurdo de uma esquerda neo liberal que mente, que promete o que jamais vai cumprir, que para dar lucro a bancos mantém uma política econômica que endivida a população aumentando a inflação. Meu perfil na Wikipédia foi criado pela editora para a qual presto serviço como um reconhecimento de um trabalho prestado a sociedade nestes últimos vinte anos atuando como colunista, escritor como profissional de saúde analista e psicólogo clínico. Não sou apenas um perfil, vou muito além disto. E não sou membro de nenhum partido, não gosto da classe política nem dos partidos de nossa atualidade.
           E você querido militante o que fez da vida? O que produziu além de espoliar os cofres públicos? Provavelmente vive de algum cabide de emprego recebendo sem trabalhar, revoltadinho, discursando sobre socialismo, mas mantendo uma postura ditatorial, fascista em pleno fanatismo. Talvez isto justifique sua incompetência para o estudo ou para o trabalho e mesmo para aplicar o preceito de distribuição de renda porque na prática o que vale é seu egoísmo, sua preguiça sua vontade de se dar bem a todo custo. Será que não percebe se olhando no espelho que você é igualzinho ao antigo general militar que tanto criticou? Hoje você é a piada feita, a esquerda festiva do Henfil, o pequeno burguês que ganha por fora igualzinho aquele cara da extrema direita do qual você tanto falou. Você é massa manipulada que sobrevive de favor, de puxar saco, e não consegue trabalhar fora de um sindicato ou cargo comissionado por que não tem competência para o mercado.
             Quer falar de democracia impondo censura ou tentando silenciar quem põe o dedo na ferida e lhe mostra que sua ideologia virou egoísmo para justificar a sua índole para corrupção? Lamento eu não vou parar… e minha carreira não é um perfil em uma Wikipédia, está em vários meios de comunicação firme e forte! Amigo militante dedicado a censura que tal aprender a trabalhar no lugar de viver do trabalho alheio? Que tal aprender a fazer algo para ajudar? Eu posso lhe ensinar amigo militante. Comece acordando às cinco horas da manhã para estudar, para ler jornais, mas antes aprenda a ler e a distinguir notícias reais daquelas manipuladas por você. Superando a dificuldade do analfabetismo funcional, querido militante, comece a tentar escrever, e tente produzir algo de útil para a sociedade e faça pelo menos uma centena. Depois tente se diferenciar de outros que escrevem e produzem ganhando espaço gradativamente pela qualidade de sua produção nos meios de comunicação. Quem sabe daí, amigo militante, possa subir em conceito por que por hora você é apenas um lixo igual aquele que há vinte anos retirava o direito da livre expressão de nossa sociedade pela ditadura.
http://www.portalcafebrasil.com.br/iscas-intelectuais/censura/

sábado, 28 de fevereiro de 2015

ALUNO PAGA AO PROFESSOR OU PROFESSOR PAGA AO ALUNO? (Não é o empregador quem paga os salários, mas o cliente." — Henry Ford)


Crônica

ALUNO PAGA AO PROFESSOR OU PROFESSOR PAGA AO ALUNO? (Não é o empregador quem paga os salários, mas o cliente." — Henry Ford)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Em  uma aula expositiva para o Ensino Médio, não daquelas normais, mas nesta, pediram-me desaforadamente; por isto, recusei-me a repetir a explicação a umas alunas, estando elas conversando paralelamente e, com o fone auricular em uso audível a distância, nem me ouviam. Foi aí, quando uma delas, ousadamente, a mim, levantou a voz, como quem quisesse me obrigar, alegando pagadora de meu salário por ser servidor público. Pedi maiores explicações, e ela repetiu o velho discurso irreflexivo de quem nunca tem um justo juízo: — "uma balinha que compro me é cobrado impostos que formam seu salário, professor." Por isso, veio-me a pergunta: É o aluno pagador do salário do professor ou é o professor bancador do aluno matriculado na escola pública?

           Pois bem, pesquisando alguns sites, esbarrei em um, dizendo que cada aluno da rede pública, em 2020, custa R$ 3.643,16. (https://convivaeducacao.org.br/fique_atento/2060#:~:text=O%20texto%20foi%20publicado%20no,de%20R%24%203.643%2C16.) — acessado em 08/07/2020. O que achei pouco, mas...

           Agora, também em 2020, foi melhorado o valor do Bolsa Família, que se faz merecedor somente quem é frequente à escola, o que elevou consideravelmente o investimento por aluno. (https://noticiasconcursos.com.br/direitos-trabalhador/renda-brasil-vai-substituir-bolsa-familia-com-valor-de-ate-r-300-veja-quem-pode/#:~:text=o%20Seguro%20Defeso.-,O%20novo%20programa%20do%20Governo%2C%20a%20ser%20lan%C3%A7ado%20pelo%20presidente,e%20R%24%20205%2C00.) — acessado em 08/07/2020.

           Analisando assim e comparando com a produção do aluno, então ele sai devendo ao estado. Eu sim, pago-o com meus impostos! Os professores pagam, sim, para tolerar as afrontas deles, também. Sem falar de outras coisinhas compradas, em função do trabalho,  que não se pode abater no Imposto de Renda.

          Porém, quem paga, de fato, aos professores da rede pública? E se são os alunos pagadores do salário dos professores, então são também péssimos patrões, pois jamais querem produção necessária. Se não sei, de fato, quem nos paga, muito menos sei quem paga aos que cortam nosso ponto, quando faltamos ao trabalho, por uma dor de cabeça que nem precisou ir ao médico pegar atestado contendo CID, desconforto que, temos certeza, com um simples repouso, resolve. Só sei que quem quer que seja, este patrão de forma alguma está interessado em qualidade. vivem denunciando as mudanças vindas das instância superiores. Há quanto tempo não faço um curso de aperfeiçoamento que não custou do meu bolso! Isso é se quero fazer frente à concorrência. Querer motivar o professor ao aperfeiçoamento oferecendo um suborno de duzentos reais mensais (sismédio) realmente fica mais barato do que pagar um bom curso, dirigido por doutores, para cada um devolver significativamente com esforço qualificado no trabalho de educador, fazendo jus à dignidade. 

           Se os alunos soubessem o valor objetivo e subjetivo de uma aula, talvez seriam mais respeitosos e compromissados. Os coordenadores estão muitíssimos preocupados em fazer leis e normas rígidas para manter os alunos em sala de aula, mas esse esforço em elaborar estratégias é só uma evidência da desvalorização real do produto vendido pelo professor. Comprar aula é a solução! Privatizar a educação, também! E tanto faz, se a escola não se valorizar. Por que ela estaria mais interessada que os alunos estudem do eles mesmos deveriam estar?
             
Klawdessy Ferreira

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Enviado por Klawdessy Ferreira em 21/02/2015
Reeditado em 27/02/2015
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domingo, 15 de fevereiro de 2015

SEQUÊNCIA DIDÁTICA ("O PROFESSOR QUE NÃO COMPREENDE A DIDÁTICA E NÃO SABE FILOSOFAR, SOFRE." — J.A. SINTRA)


SEQUÊNCIA DIDÁTICA (Aula moldada, a panaceia da educação)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma vez, num lugar não tão distante, uma sala de aula. A palavra "aula", de origem latina, significava originalmente "sala onde ficam os estudantes durante as lições". Mas, como todas as coisas neste mundo em constante mudança, o significado da palavra "aula" também evoluiu. Hoje, ela representa o ato de ensinar, o momento em que a lição é transmitida ao aluno, seja pessoalmente ou, mais recentemente, através da internet.

Lembro-me claramente de uma aula em particular. O professor, um homem de vasto conhecimento, dominava o tema proposto como ninguém. Ele tinha a habilidade de abordar o conteúdo de todos os lados, em todas as direções, tornando-o líquido para preencher os recipientes de nossas mentes. E, ao contrário do que alguns podem pensar, dominar o conteúdo não significa dominar o aluno. A verdadeira maestria está em permitir que o conteúdo flua livremente, adaptando-se à forma única de cada recipiente.

Friedrich Nietzsche, um filósofo alemão, uma vez disse: "Aquele que quer aprender a voar um dia precisa primeiro aprender a ficar de pé, caminhar, correr, escalar e dançar; ninguém consegue voar só aprendendo voo." Essas palavras ressoam em minha mente sempre que penso na arte de ensinar e aprender. A sequência didática, como é chamada, não está na postura do professor, mas sim na postura do aluno. O aluno deve dizer, ou o professor deve perceber, como ele quer aprender, ou consegue aprender.

A escola propõe o conteúdo, e o aluno molda a metodologia, como quem tem resistência ao azedo e põe açúcar para facilitar a beberagem. Não será o professor quem irá tomar a bebida amarga, é o aluno, portanto deve ser à seu gosto. Digo amarga metaforicamente, porque estudar é uma forma de trabalho árduo.

Nenhuma metodologia milagrosa imposta vai salvar um ministrador de aula, o qual não pode esmiuçar e debulhar o conteúdo a ser ensinado. O educar para a vida é seguir a metodologia da vida: "A vida é uma sequência de encontros inéditos com o mundo, e portanto ela não se deixa traduzir em fórmulas de nenhuma espécie" — Clóvis de Barros Filho.

Todavia, nas escolas em que trabalho, os murais estão cheios de anúncios de professor substituto para qualquer disciplina, como se qualquer graduado com uma Sequência Didática em mãos fosse o suficiente. Pois é, eu exclamo como já exclamou o competentíssimo professor Bruno Rodrigo: "Que pena, a sala-de-aula já não é mais um santuário." É isso aí, amigo, mas não me pergunte quem sujou o santuário. Nenhum vestibular ou concurso vai requerer dos concorrentes o "como" eles aprenderam, porém o "quê" eles aprenderam. Quanto dura a felicidade de quem recebeu, por presente, um tijolo embrulhado com papel colorido?

E assim, encerro minha crônica, refletindo sobre os acontecimentos que vivi e transmitindo uma mensagem impactante aos leitores. Afinal, a vida é uma constante aprendizagem e, por vezes, somos todos um pouco "miseráveis".


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Disciplina, o princípio da educação - DM.com.br


Disciplina, o princípio da educação

DIÁRIO DA MANHÃ
AGUINALDO SABINO ESPECIAL PARA DIÁRIO DA MANHÃ
“Não sou especialista em educação, parta tecer tais críticas. Talvez isso pese mais ainda o fato de que, não precisa ser especialista para enxergar o óbvio.”
Banalização da educação ou um sistema falho?
Nunca se falou tanto em “Ideb”, metas a serem atingidas pelas escolas, mudanças meritocracia e outras inovações. O sistema educacional prioriza números. Seria o caso de perguntar: números indicam o alcance, o sucesso e a aprendizagem de fato? Uma nota alta é a meta do governo. Para isso aboliu-se quase que totalmente a reprovação escolar. Hoje, existem vários mecanismos a serem utilizados pelas escolas, no sentido de “facilitar” a vida do aluno e consequentemente sua aprovação, independente se houve ou não, o aprendizado real e necessário. Se não há reprovação, logicamente esta nota se eleva, aumentando o “Ideb” e proporcinando assim elevação nos índices e metas. Mas será que “passar” o aluno a qualquer preço; facilitar sua aprovação, visando apenas números, é a solução para um país carente de educação? Essa educação oferecida é de qualidade ou fachada? Nosso aluno está aprendendo ou sendo adestrado?
É um caso a se pensar se-riamente. Um sistema que prevê e prioriza elevação de notas e índices, usando para tal, meios nada avaliativos, mascarando a realidade e a ineficiência existentes, realmente está contribuindo para a melhoria na qualidade do ensino, ou forjando uma educação falha, que chega ao ponto de enaltecer as inverdades?
Acredito como cidadão, que é chegado o momento de revermos conceitos e prioridades e nos preocuparmos mais com o processo ensino-aprendizagem; cobrarmos mais de nossos alunos ao mesmo tempo que passemos a lhes oferecer uma educação de qualidade; proporcionando aos professores uma valorização e incentivos mais dignos;
formarmos cidadãos conscientes, sabedores de sua capacidade, seres pensantes e questionadores, sabedores de suas limitações e conhecimentos. O ensino levado à sério, e não esse amontoado de facilitações visando números e metas, enquanto se fecha os olhos ao conhecimento real e as prioridades que se fazem necessárias. É urgente que se repense a educação de forma mais coerente e justa, deixando de lado essa “máscara” e atentando para a qualidade e não a quantidade. Um País se mede pela sua educação, e esta não pode ser baseada em tabelas e números, mas sim, oferecida com respeito, seriedade e qualidade, o que resulta automaticamente em uma real aprendizagem pelo cidadão que passará a ser crítico e pensante, podendo melhor atuar no futuro e destino de seu país.
A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.
“Aristóteles”
(Aguinaldo Sabino Alves, poeta, escritor e membro da Academia de Letras do Brasil seccional– Anápolis)

sábado, 20 de dezembro de 2014

ESQUECIMENTO, PECADO E MORTE (Isaías 49.15 - "Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama...?")


Crônica Filosófica

ESQUECIMENTO, PECADO E MORTE (Isaías 49.15 - "Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama...?")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Estes tempos contradizem até a Bíblia! Como pode uma mãe esquecer-se do próprio filho dentro de um carro, exposto a um sol de rachar mamona, por quatro horas a fio? Se fosse um caso isolado seria fácil de perdoar, mas está muito frequente, morte de vários bebês esquecidos por alguém que deveria estar bem atento.
           Quem muito decora e pouco usa comete abundantemente o pecado do esquecimento. Digo pecado, porque o esquecimento traz consequências nefastas. Existe ainda uma teoria no meio educacional, pregando o não "decoreba"! Talvez, assim se tenha poucas coisas para esquecer. Mas, o recusar-se aprender, ignorando as boas oportunidades, também é pecado. Ou, de forma alguma, traz consequências, também, desastrosas à ignorância proposital? Como pode um cantor esquecer a letra da canção em execução? Como um professor reproduzirá sua aula sem ter nada na memória? Portanto, como todo esquecimento nunca fica impune, então verdadeiramente os "santarrões" e "evoluídos" precisam se preocupar mais com as responsabilidades, e aqui digo: todos nós somos responsáveis pelo aprendido. Aliás, a benção da preocupação é a atividade cerebral renovada, relacionada e produzindo supostas soluções que não deixam as coisas caírem no esquecimento. Já disse sabiamente Alison Aparecido Ferreira: "A prática é a mãe da memorização e concretização do conhecimento." Quer decorar, quem repete insistentemente a prática.
           Poderiam as crianças, esquecidas nos carros, para morrer, esquecer-se de morrer? Mas, a natureza não se esquece de suas funções e obrigações por mais cruéis que sejam ao ser humano! Porém, se dermos grande importância às coisas memorizadas, jamais as esqueceremos. Frutífero é preocupar-se constantemente com aquilo altamente desejado, pretendendo usar iminentemente. O que leva uma pessoa se esquecer de outra? O que leva um estudante esquecer-se de sua lição? O que leva um professor desestimular a memorização, expressando-se pejorativamente sobre o fato, usando o termo: "decoreba"?
           Sem contudo, deixar de fora o lado bom do esquecimento.  Devemos esquecer, sim, de propósito, todo  embaraço para atrapalhar nosso progresso. E a consequência deste esforço é outro esforço em selecionar o que não presta e substitui-lo por informações úteis. Em nome desse bem, não é preciso se esquecer de nada, basta reorganizar em círculo tudo que se tem decorado, de forma a contemplar em todo instante o que nos custou caro para obter e manter na mente.
           Será se brasileiro tem a fama de memória curta porque tem preguiça de decorar e usar? Não nos esqueçamos que só podemos dar se for nosso.
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 18/12/2014
Reeditado em 20/12/2014
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sábado, 6 de dezembro de 2014

PIA NOVA(MENTE) (Período de Intensificação da Aprendizagem)


Crônica
             Eu jamais soube quem foi o inventor do tal PIA (Período de Intensificação da Aprendizagem), Talvez um pedagogo qualquer, esforçando-se para mostrar serviço e merecer seu salário; aliás nem quero saber, mas essa "desgraça" jamais funciona!!! Atrapalha a vida de todo mundo no colégio, e o fim é bem simples: passar todos os alunos de série. Se qualquer aluno não atingir a nota desejável, terá de  PIAr; isso faz do professor o incompetente da história toda, alvo de vingança! E, por tabela, adivinha quem vai ajudar pagar essa conta: O aluno bom, dedicado e estudioso que vai com média 8,0; assistiu todas às aulas e, não precisando recuperar a nota, por estar na média, fica com essa nota mesmo. Todavia, "o lambança" perturbou nas aulas normais, então é obrigado a ficar no PIA. Agora, assiste esporadicamente às aulas da misericórdia, recupera a nota e vai no histórico dele 10,0! Essa pedagogia das trevas, detonando meu cristianismo, ou melhor, minha espiritualidade, nasceu nesse governo e vai morrer em outros futuros;  reeleitos, também, pelos os professores!!! É um mal reincidente, mudando só de roupagem. INDIGNADO estou: agastado, abespinhado, agoniado, amofinado, encolerizado, enfadado, enraivecido, espinhado, estomagado, indisposto, iracundo, irritado ... E meu ano letivo acaba assim!!! O silogismo é simples: Se o professor é culpado pela improdutividade do aluno, e a quantidade de aluno gera verbas para a escola, logo o professor paga a existência da escola enfeitando as estatísticas. Por isso, faz muito sentido, o professor zerar a reprovação de suas turmas, promovendo os quais nem sabem a matéria, dando-lhes nota máxima!  
            A todos os alunos é permitido fazer o PIA; logo, o professor fica indesculpável, mesmo aprovando os reprovados. Veja o exemplo: Um deles ficando com média abaixo da mínima em 6 matérias, apesar dos desestímulos de alguns professores, para se ver livre dele, ele persistiu e, no final das duas semanas de PIA, alcançou boa nota em todas. Pergunto: como um indivíduo desse, sem  conseguir, no ano todo, eleva seu status do "dia para a noite"? Que argumento o colégio vai usar, querendo reter o aluno tecnicamente reprovado e fazê-lo repetir a série, de fato? E assim, diante de suas boas notas conseguidas por trabalhinhos facilitados de PIA, foi aprovado! "Uma mente sem conhecimento se torna vulnerável a enganação" (Eliclif Viana).
            A correria dos alunos intensifica nesses dias, um dribla atrás do outro em busca dos resultados, um professor dá um resultado, a coordenadora outro, e os boletins mostram outro, a propósito, pois jamais se pode dispensar alunos antes da hora. Se souberem sobre nem precisar de nenhuma complementação, nunca permanecerão até o término dos dias letivos. Superiores ameaçam-nos com lista de chamada, e o tumulto é acirrado pelo transitar de muitos que vêm só bagunçar. Sabe por quê? Decidiram não fazer mais nada! Ai, dão o lanche mais cobiçado (galinhada), tudo é usado como isca. De certa forma, os alunos ainda têm razão em se evadir mais cedo no final do ano letivo, considerando as palavras de Carlos Drummond de Andrade: "Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes." E mais, "Comete fraude todo aquele que se aproveita da ignorância do outro para o prejudicar" (Código Penal). 

           Será se os mil favores prestados aos maus alunos, fazendo número na escola, não defraudam os bons e esforçados?

Claudeko Ferreira


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Enviado por Claudeko Ferreira em 04/12/2014
Reeditado em 06/12/2014
Código do texto: T5058630
Classificação de conteúdo: seguro

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sábado, 15 de novembro de 2014

AULA SHOW E PANDEMIA ("O show já terminou/Vamos voltar à realidade/Não precisamos mais/Usar aquela maquiagem/Que escondeu do nós/Uma verdade que insistimos em não ver" - Roberto Carlos)



Crônica

AULA SHOW E PANDEMIA ("O show já terminou/Vamos voltar à realidade/Não precisamos mais/Usar aquela maquiagem/Que escondeu do nós/Uma verdade que insistimos em não ver" - Roberto Carlos)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


           Quem é o professor show? Seria o ministrante de aula show? É o sonho de todo coordenador pedagógico ter na sua unidade escolar só professores show, do tipo a fazer aulas criativas e atraentes, como aquelas dos profissionais dos cursinhos para vestibular! Uma pena, apesar dos professores quererem tanto estar na mídia, mas não é possível fazer de todas as aulas um show. A culpa é do próprio sistema engendrado pelos pedagogos administradores e técnicos atrás do seu próprio show, amassando barro e assediando os seus dependentes, subjugando-os com metodologias estranhas ao verdadeiro papel da escola, pois lhe importa o controle. A maleabilidade do pobre servidor é um forte indicador de seu sucesso: "o bife que nos alimenta, quanto mais apanha, mais macio e gostoso fica"! (não do ponto de vista do bife).
           Não é possível tornar todas as aulas de Língua Portuguesa numa peça teatral, a menos que eu de forma alguma tenha compromisso em cumprir o currículo mínimo, adotado e recomendado pela Secretaria de Educação. Pois, alguns momentos preciosos dos 50min da aula é tomado, todos os dias, fazendo chamada de aluno no jeito tradicional. Toma-se outra parte do tempo com facção e verificação das atividades em classe atribuindo nota, tarefa para casa jamais, a maioria do alunado público já está no mercado de trabalho, e a única forma de promoção é facilitada. A distribuição do lanche na sala vai além do tempo do recreio. E sequer tenha um dia sem as interrupções variadas de propagandistas de produtos incompatíveis com o ambiente escolar. Somam-se ainda as visitas da administração da unidade em sala, trazendo avisos e distribuição de bilhetes, também demandando o tempo da aula e a atenção dos alunos. Os alunos da sala vizinha vêm pedir coisas emprestadas e é permitido, pois os livros e lápis são escassos, sem falar do Grêmio Estudantil. Essa movimentação diversificada talvez seja a aula show tão esperada, e eu nem estou vendo debaixo de meu nariz, chego a pensar isso, pelos favorecimentos e naturalidade com que acontece.
           O aluno, cliente do show, gosta, porque nunca tem de fazer nada é só assistir ao espetáculo, o mestre faz seu show(zinho) e se algum estudante quiser aprender alguma coisa útil, se vire! Vejam a participação da classe  nesta aula modelo: (https://www.youtube.com/watch?v=fgjmGPO6qww) (acessado em 27/05/2020). Será ser esta "palhaçada" que o sistema educacional precisa para vencer o caos?  Nesse caso, o professor deve ser um compositor; logo então, o Estado terá de contratar só músicos, mágicos, dançarinos, palhaços e atores para dar aulas, pois sendo só professor não servirá. E assim os alunos serão tão cultos como são espirituais, os quais ouvem e cantam música gospel e usufruindo do mundo! Lembrando que pelas minhas tentativas, ainda sim, meu show é ruim, alguns se atreveram a me apelidar de professor "Girafales". E no final será como canta o Rei Roberto Carlos: 
"O show já terminou
Vamos voltar à realidade
Não precisamos mais
Usar aquela maquiagem
Que escondeu do nós 
Uma verdade que insistimos em não ver".           
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 09/11/2014
Reeditado em 15/11/2014
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