"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 23 de agosto de 2014

RESSURGINDO DOS ESCOMBROS (Fazendo das tripas coração, também funciona!)



Crônica

RESSURGINDO DOS ESCOMBROS (Fazendo das tripas coração, também funciona!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

             No final de cada semestre, os coordenadores ficam em cima dos professores, pedindo o fechamento das notas dos alunos para entregarem-nas à secretaria. Precisamos logo de férias! Aí, mora um grande problema: Os professores se apressam a entregar o fechamento, faltando ainda duas semanas para o último dia letivo do semestre, depois têm de embromar os alunos, dizendo que as atividades de agora em diante vão somar ao outro bimestre. Os alunos também querem férias e não estão nem aí mais com aulas e atividades em classe, é final de semestre. Então, os professores artistas viram milagreiros a fim de segurar o aluno na escola nas últimas semanas "letivas" de junho. A direção vigia e espreita fazendo o clima correr normal, mas "sem mover uma palha".
           Neste ano, fui impressionado sobre uma jogada criativa da professora de educação física, com a qual tenho a honra de trabalhar esses dois anos. Ela criou um campeonato contendo jogos diversificados. Como me diverti muito, torcendo pela a equipe a qual fiquei responsável, uniformizado de verde! Sem a escola ter fornecido, cada aluno veio vestido da peça de roupa que tinha em casa, contanto fosse da cor de formação da sua equipe. Observei o material didático da professora, quase nada, só algumas tiras de tecido e cordão! Ela prometeu prêmios para os vencedores, alguns bombons, comprados com as inscrições dos próprios participantes, R$ 1,00 de cada. A maioria dos alunos veio participar destas aulas de superação física e cidadania. Bravos!!!
           O que seria de nós, veteranos na educação, já calejados da mesmice padronizada, sem mais condições para chamar a atenção da comunidade escolar interna e externas? A educação precisa de uma injeção de sangue novo, mas quem se prontifica a doar o sangue por uma causa coletiva (ou de ninguém)? Todavia, e ainda bem, é o caso da professora "personal trainer" dos carentes, começando assim. Será se daqui a alguns anos, terá ela a mesma disposição ao fazer das tripas coração, transformando uma semana de improdutividade em aulas inesquecíveis ao ar livre com todos os nossos alunos?
          O tradicional interclasse de futebol já não reúne as didáticas esperadas, isto promove mais a violência do que saudáveis relações, como não foi o caso, quando se faz gincanas e forma equipes mistas independendo da séria dos alunos. Assim, eles se superam para si mesmos sem se preocupara em provar nada à classe rival. Eu estava ali, na verdade, torcendo por todo mundo. Prova disso, estou escrevendo esta crônica, torcendo pela professora ressurgida dos escombros de um semestre de tudo já cansado: as nossas aulas, a gente nem sabe mais ornamentar. O evento foi assim, igual a um embrião de qualquer semente, o qual sai com força do húmus velho. É claro que colaboramos! Mas...
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 24/06/2014
Reeditado em 23/08/2014
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sábado, 16 de agosto de 2014

CRIANDO COBRA ("Manda quem pode e obedece quem tem contas a pagar")



Crônica

CRIANDO COBRA ("Manda quem pode e obedece quem tem contas a pagar")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Em tempos atuais, o professor não se reconhece em sua própria classe! Vejam, é normal o professor chegar à sala para a sua primeira aula e se sentar à sua mesa fazendo a chamada ou fazer alguns apontamentos iniciais. Mas, desta vez, não tinha a cadeira do professor, não estava no lugar certo. Tomei posse de uma qualquer, largada fora da fila, a fim de assentar-me, e qual não foi a minha decepcionante surpresa, quando uma aluna, aparecendo do nada, daquelas que não cede o banco a idoso algum, manifestou-se arrogantemente solicitando a cadeira, dizendo ser dela. Então, eu lhe disse que pegasse uma outra, pois tinham muitas sobrando ali, peguei aquela por que estava mais próximo e fora da ordem. Porém, ela queria exatamente aquela. Chega de lenga-lenga, por último, permiti sua retomada,  pois dou minha aula em pé. E ela não satisfeita com minha humildade me ordenou, obrigando-me devolver a cadeira no mesmo lugar que a achei. Mas, como? A cadeira estava bloqueando o corredor entre as duas fileira iniciais!
           À tarde, completando aquele meu dia de trabalho "promissor", quarta feira, véspera do primeiro jogo do Brasil na copa 2014, à outra escola, cheguei cedo, como sempre, para fazer alguns preparativos assim ia começar bem o turno vespertino. Quando entra, de supetão, a gestora na sala dos professores, bem no início de tudo, e começa uma reunião extraordinária: — vão fechar duas salas! – esbofou-se e, complementando o comunicado da secretaria, continua –  por falta de aluno. Eu não entendi, lembrei-me da notícia lida no portal de notícias - G1: "De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no país." E ainda, estão querendo fechar sala de aula?! E, por que não dividir o lucro das superlotadas com as unidades de poucos alunos?{http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/01/brasil-e-o-8-pais-com-mais-analfabetos-adultos-diz-unesco.html} (acessado em 09/02/2020). 
           Perguntar não ofende: O dinheiro poupado vindo do fechamento das salas, aqui em nosso caso, com menos de 15 alunos vai ser investido para melhorar os incentivos ao professor?

           Contemplando a tristeza dos professores presentes, tendo medo de perder as turmas e ter prejuízo no salário, entristeci-me também. Então a reunião termina nestas palavras: "Pois é, quando eu lhes peço aulas atrativas e com qualidade, vocês me acham chata".

           A culpa é do professor: Se o aluno não aprende, a culpa é do professor; se os pais não vão às reuniões da escola é porque os professores falam mal de seus filhos; se não têm bastantes eventos festivos na unidade escolar é porque os professores não colaboram;  se há brigas na escola, e alunos se machucam, é culpa dos professores que não separaram; se 20% da classe tem nota abaixo da média, não se questiona se aluno está interessado em estudar ou não, é culpa do professor; Se o professor adoecer e precisa faltar às suas aulas, quando voltar, será acusado de transtornador da escola toda, os seus alunos, sem professor na sala, bagunçaram nos corredores o período todo; se o aluno evade-se, é contado como índice de reprovação, também responsabilizando o professor; enfim, se a escola fracassa a culpa é do professor.  “O professor é a expressão da escola na qual ele está inserido”. (Thelma Torrecilha). Portanto, ainda, é o professor que ganha menos, ganha somente pelas "aulinhas" ministrada sem gratificação alguma. É essa a visão da sociedade sobre o professorado e assim nos recompensa...! As ameaças nos motivam a atender os seus apelos, também, esdrúxulos. Para tanto, voga o lugar comum: "Manda quem pode e obedece quem tem juízo": A Máxima da Educação. Do outro lado, o coordenador pedagógico ainda insiste em perguntar por que o professor tem medo do aluno!!!
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 12/06/2014
Reeditado em 16/08/2014
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sábado, 9 de agosto de 2014

A PEDAGOGIA DE DEUS (Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará. (Sócrates))



Crônica

A PEDAGOGIA DE DEUS (Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará. (Sócrates))

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           A pedagogia de Deus fracassou! Jesus, o Messias dos outros e não de Israel. o Mestre dos mestres deu o seu melhor, porém só conseguiu provocar a ira de seus alunos, ou melhor, da maioria deles. "Mesmo em sua própria terra e entre seu próprio povo, os judeus, Ele não foi aceito. Só uns poucos O acolheram e receberam-No como o Messias. Mas, a todos que O receberam, Ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Tudo o que eles precisavam fazer era confiar nEle como Salvador" (Jo 1: 11,12 BV). Uma prova do fracasso do PPP (Projeto Político Pedagógico) Divino é o fracasso das igrejas da atualidade. O linchamento de Jesus foi feito pela igreja da época, será se ela se redimiu ou a maldade dos seguidores da igreja de agora traz ranço do passado? Já não é nem o Messias dos outros!
            Agora, os filhos de lares fracassados abarrotam o sistema educacional público sucateado. E eles são acolhido, como foram os judeus amparados nas câmaras de gás pelos nazistas nos campos de concentração na segunda guerra mundial, dando o último suspiro. Eu, quando reprovo o aluno, personifico um dos judeus carrasco dos outros judeus, mas não por muito tempo, logo sirvo como o bode emissário, Azazel, prefigurando Satanás, da mesma forma de muitos ali, chicoteados, prontamente punidos por quem quer se ver livre dos que não dava mais conta de produzir, para o qual era transferido todos os pecados do povo, que se encontravam registrados no livro arquivado no santuário, e o tal animal depositário era desterrado ao isolamento, onde permanecia em estado de inominável sofrimento até a morte por seus próprios crimes e pelos delitos dos justos pelos quais o seu antítipo é diretamente responsável. 
           Eu sou um intercessor também fracassado, porque não é só você que pode ser. E como não ser, se sou o antítipo de tudo que nunca teve significado para os meus discípulos incrédulos nesse sistema falido?

           Nada na atual pedagogia nos leva para os reais objetivos  do PPP da vida, assim como antes. Ninguém morre de graça, mas o massacre igualitário ainda está por vir, quando os pecadores descobrirem a ineficácia do linchamento ritualístico do professor, então as vítimas se vingarão dos  atuais imoladores. "Não existe nenhuma expiação pelo sangue derramado, senão o sangue de quem o derramou" (Núm. 35:33).

           Deus ensina, utilizando-Se dos fenômenos compreensíveis às pessoas livres, porém, como os homens nunca sabem lidar com a liberdade, entregam-se à manipulação limitante, isto é, aos vícios eximindo-se da responsabilidade no domínio do pequeno espaço que lhes dão. Dou liberdade a meus alunos, e eles se perdem na imensidão das possibilidades. "Pode fazer-se tudo, salvo fazer sofrer os outros: eis a minha moral" (Gustave Flaubert). Então fazem muito barulho nas minhas aulas evitando minha voz já muito rouca, mas, ainda, o suficiente para apontar todas as direções que eu conheço! E eles,  não querendo nem mesmo o eco, portanto crucificam-me debaixo de seu próprio nariz, falando mal até de meu forte perfume ativador de ações cerebrais. Jamais quero ser o limite deles, não tenho o dom de "tropeiro", apenas faço questão de ser mais um convite ao imenso mundo sem porteira. Ou pelo contrário, tem razão a filosofia Branchuísta: "Onde cacete e dinheiro não resolver, é porque foi pouco." Qual dos métodos eles querem?!





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Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 15/05/2014
Reeditado em 09/08/2014
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sábado, 2 de agosto de 2014

MENDIGOS DA GRAÇA E TRANSGRESSORES DA LEI ( O que você acha da justiça que mata um inocente em lugar de um criminoso?)



Crônica

MENDIGOS DA GRAÇA E TRANSGRESSORES DA LEI ( O que você acha da justiça que mata um inocente em lugar de um criminoso?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade          

           Aqui, na terra, no meio dos meus, já não tenho dignidade alguma, um idoso já tão perto da morte não goza dos dotes do jovem que fui, e a igreja me ensina sobre quem vai ao céu, vai sem mérito próprio, então jamais quero ir para lá. Continuarei sem dignidade do mesmo jeito, pois se alguém vive de graça e misericórdia de forma alguma possui dignidade. Assim, por isso, desejo ir ao inferno, pois pelo menos irei para lá por méritos próprios, e estarei eternamente com a consciência limpa de que fiz por merecer algo: A justiça cruel é para mim confortadora ao mesmo tempo. A essa altura do tempo, o bom de uma vida infernal é nem ter mais como piorar significativamente. E o melhor ainda é a inexistência de ex-demônios, ruminando os fatos de antes da sua conversão. Os gostos se alteraram permanentemente, e a fonte de prazer tornou-se outra. Porque, daqui do mundo, onde o trabalho é castigo e o amor é pecado, é  quase impensável que no inferno não há prazer! A busca exagerada do prazer aqui na terra é o viver de Graça e por Graça, porque abusar dos méritos dos outros. A graça é um atalho, e todo atalho é uma transgressão e, por conseguinte, quem propõe-se a procurar atalhos é desonesto.
            Conversando com um amigo pastor evangélico, ele me disse: "o homem precisa da graça porque jamais consegue obedecer a lei". Porém, parece-me que Jesus provou, como homem, ser possível ao homem natural obedecer as leis de Deus, ou vai me dizer sobre Cristo ter precisado de graça, atalhos e misericórdia para cumprir sua missão?! Também vai me dizer que Ele fez isso no meu lugar?! Tampouco vamos confundir Sua missão de dar exemplo, cometendo a irresponsabilidade de torná-lo meu substituto ou "gambireiro de almas". Se Jesus me substituiu na cruz, também me substituirá no Paraíso. Por isso, eu de jeito nenhum preciso morrer para ir ao céu. Um substituto (Jesus) já está no céu em meu lugar.
           É muita ingenuidade ou malandragem dos líderes escolares, religiosos e familiares ordenarem a Deus atribuir consequências a quem desobedecer as regras criadas por eles mesmos para continuar legislando em causa própria. A religião contaminou todos os segmentos da sociedade com uma angústia existencial tremenda, impondo a realidade da morte como consequência do que o homem faz ou deixa de fazer e a posse do paraíso na mesma condição. E ainda chama isso de paz em Cristo, eu o chamo de conturbação pela culpa, levando à depressão. Se não curou, a culpa é do moribundo, porque não tem fé!
             Estar debaixo da graça é o mesmo que viver dos méritos de Cristo ou de outra divindade qualquer? Será se essa tal graça não está deturpando a "graça" ideal? Sempre achei estar na graça a intenção da anulação das consequências desconfortáveis já reservadas para os transgressores das leis. E a misericórdia seria o incentivo a desobedecê-las mais ainda. Então, a verdadeira graça vem depois, seria o resultado, ou pagamento, ou ainda a consequência óbvia da correta obediência as leis de Deus.
             Quem vive de graça e misericórdia sem preço não tem dignidade!!!! Um Cristo abusado, também é abusador. A Leis Divinas nunca admitem abusos, e se Deus atribui consequências por alguma transgressão não tem graça alguma e sim Justiça! Uns arrastam os tolos por medo, outros por culpa, muitos pela ganância e os pregadores da graça, por gratidão. A igreja fecha todas as portas e ainda diz que o cristão é livre! Somos livres sim, mas quando obedecemos as leis de Deus. Graça sem o mérito é morta, assim como a fé sem as obras é morta também! 
           Há justiça quando se mata um inocente em lugar de um criminoso? Jorge de Lima nos ajuda a responder: "Violência... Cultuamos um deus carniceiro que se compraz com sangue, açoitamos, sangramos, imolamos o filho de Deus e o crucificamos. Bebemos seu sangue e comemos sua carne validando a antropofagia dos agraciados." http://www.dm.com.br/texto/176100
             Que graça é esta, custando a vida dos outros para me dar bem? Essa é a graça conquistada pelos linchadores de plantão? Os que fazem sua justiça com as próprias mãos? Certamente!!! 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 21/04/2014
Reeditado em 02/08/2014
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domingo, 27 de julho de 2014

ABRAÇANDO A SUBCULTURA, TAMANDUÁ! (Diga-me quem são seus grandes pensadores que direi quem você é!)



Crônica

ABRAÇANDO A SUBCULTURA, TAMANDUÁ! (Diga-me quem são seus grandes pensadores que direi quem você é!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Será que não existe o submundo (em grego: transl. káto kósmos) onde reina a violência, a droga, o crime e o desrespeito?  Existe submundo, e não existe subcultura? Manipulação pela mídia de péssimo nível ou não; criação das letras musicais sem dizeres proveitosos; fazendo pessoas famosas gratuitamente e sem mal terminarem o ensino fundamental; contendo políticos mau leitores, maculando o discurso de um autor profissional, saciando seus ouvintes inescrupulosos e pouco exigentes. Então, nem é de admirar a existência de professores lecionando em um sistema de "Promoção automática" desconhecedores da arte de selecionar bem seus grandes pensadores. Afirmo também a exigência da "progressão automática" obrigando  o afrouxamento do juízo de valor do avaliador e promovendo a subcultura, nivelando por baixo o conhecimento e as relações com ele, ressuscitando e valorizando somente a moda sem sentido! Se está difícil manter o nível, imagina elevá-lo. Brigam comigo, porque os iguais se protegem!!! São tantas as forças tentando me arrastar, mas é esta coisa que não quero. Porque disse Paulo Coelho: "Quando alguém evolui, evolui tudo que está a sua volta." Este pensamento também é válido para a regressão!
           Quanta capacidade exercem os fomentadores da cultura, discriminando os grandes pensadores da filosofia tecnicamente tradicional? Também é cultura a variedade linguística informal, gírias e todos os vícios de linguagem. Há quem defenda sua tese de mestrado ou doutorado se utilizando da variedade linguística desprivilegiada. A cultura, na maioria das vezes, está na pichação e também nas telas a óleo das grandes galerias. A cultura se manifesta nos "rolezinhos" forçando a elite ao acolhimento dos excluídos por eles mesmo. A cultura substituiu os verdadeiros símbolos por paralelos: a páscoa original por coelho e ovo de chocolate; deturpou outras festas sagradas e fez do carnaval um comercio do ano todo. Temos que discriminar para valorizar. O raro é caro. Se todos pensassem igual ninguém pensava grande, é claro. 
       Quero me desculpar com o dadaísmo de nossa época, por ter me deixado enganar sobre ter um saber superior, pois frequentei uma academia de filosofia e por nem me considerar um pensador a altura dos filósofos tradicionais e também ter uma inveja santa do sucesso de outras pessoas, que longe da lapidação pelos saberes oficiais, são reconhecidas pensadoras. Mas, aprendi muito bem a respeitar a opinião dos outros, vivo  examinando  tudo para escolher somente o bom. Querendo ou não, estou Intrometido nas culturas e elas me fazem refletir em todas as direções. Comportamento esse de quem almeja uma cultura homogênea!
      Uma pessoa honesta também se utiliza da ironia, porém é sempre verdadeira sobre os seus afazeres, e o verdadeiro amor (agapê) de forma alguma se recente do mal. Portanto não é de meu feitio, diminuir cultural qualquer que seja, porém aqui quero apenas ser a coruja gabadora do toco de morada e expressar minha gratidão ao outro imponente. Agora sou responsável pelo que digo, e você pelo que entende: Tudo é influência. 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 18/04/2014
Reeditado em 27/07/2014
Código do texto: T4773514
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domingo, 20 de julho de 2014

A PEDAGOGIA DO DESPERDÍCIO ("Tudo bem... Ao seu dispor se for por amor às causas perdidas...")



Crônica

A PEDAGOGIA DO DESPERDÍCIO ("Tudo bem... Ao seu dispor se for por amor às causas perdidas..." — Engenheiros do Havaí)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           O que leva você a pronunciar desaforos condenatórios quando visualiza a imagem de um cavalo puro sangue puxando uma carroça? Como diz a canção do grupo musical - Engenheiros do Havaí; Dom Quixote. Eu penso, auxiliado pela expressão da bela letra da canção: sobre o sistema educacional ser a carroça, ou melhor, o belo paraíso do desperdício de talento. Existe a mesma desvalorização quando um professor doutor em artes visuais, lecionando religião no ensino fundamental para um alunado nada conhecedor da importância material e nem do papel do professor e, pior de tudo, não quer conhecê-lo; despreza-o como faz comigo que sou só "lato sensu". 
           Em outra ocasião, o ex-secretário de educação municipal, já por sinal foi bem sucedido em sua gestão, também pós-graduado em docência, lotado aqui numa escola de ensino fundamental, sem ser compreendido pela sala de aula, os alunos o negligenciaram. Por que a Secretaria de Educação remunera o professor em licença, fazendo um mestrado ou um doutorado e depois o trancafia e mantem-no em sala de aula de ensino fundamental enquanto deveria estar orientando aos colegas de menor formação acadêmica? Mas, nessa política atual, os maiores graduados na academia de forma alguma funcionam bem como Secretário de Educação municipal. Enfim, doutores, mestres estão nas salas de aula, engessados por leis e normas de uma cúpula de políticos atrofiadores da academia.
           O que um pastor evangélico com boa formação em teologia faz dando aulas de filosofia numa escola de estado laico? 
           Outras incongruências: o MEC dá os livros aos alunos e eles nem os levam à sala de aula e quando lhes emprestamos outro volume, para não deixá-los sem fazer a atividade, eles armazenam mais um em sua casa, ainda acham que o colega vai emprestar o dele! "Tudo bem... Ao seu dispor se for por amor às causas perdidas..." O colega leva o livro para o outro estudar!
           Olhe na direção dos que nunca precisaram e jamais precisarão da escolaridade para ser alguém na vida. E muitos ainda patrocinando a escola pública, e compare com o interesse dos abarrotadores das salas de aula em busca de futuro! É esse o conteúdo da música: "o amor às causas perdidas". A aprovação automática enche o país de diplomados semianalfabetos! Sou professor, mas "meu nome é otário", ensinando os que não querem aprender e forçando os a uma obediência desvirtuada de qualidade, quando os coloco sentados escutando-me, enquanto querem manipular o Smartphone.  
            Sem falar sobre a frequência dos pais bem instruídos ou não; bem intencionados ou não, vêm meter medo no grupo gestor da unidade escolar com bravatas desaforadas. Todos nós trabalhamos aqui com o terror dos falatórios. Sem autonomia de atuação, na escola, somos obedientes à comunidade. Sem que muitos deles, nem mesmo tenha frequentado uma faculdade, e a maioria de suas exigências são destituídas de pedagogia alguma, somente egoístas. E o professor tem e terá sempre de ceder nas demandas dos alunos e quando tenta se impor é levado à coordenadora cercado dos curiosos sorridentes, aqueles do mesmo espirito da plateia nas arenas da velha Roma para ver os gladiadores lutarem até morrer. "Por amor às causas perdidas", assim com eles, o professor estará na peleja para o lazer da sociedade, desapoiado mesmo tendo razão. Enquanto deveria ser respeitado e reverenciado mesmo estando "errado", devendo-se consideração a  boa intenção regente do seu profissionalismo e a importância merecida. Sádicos, leiam as atas de reunião da escola sem chorar, depois me digam sobre os meus avisos: "as nuvem não eram de algodão".
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 16/04/2014
Reeditado em 20/07/2014
Código do texto: T4771635
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sábado, 5 de julho de 2014

QUANDO OS IGUAIS SE NEGAM (Em todos os lugares os iguais se protegem na educação eles se negam)



Crônica

QUANDO OS IGUAIS SE NEGAM (Em todos os lugares os iguais se protegem na educação eles se negam)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            
Ao cruzar o limiar da sala de aula, sinto-me imerso em um universo onde cada aluno, aparentemente inofensivo, carrega consigo a imprevisibilidade de uma bomba relógio. Este é o cenário que se desenha em minha rotina como professor, um enredo marcado por desafios e complexidades que permeiam as relações na escola.

Um episódio recente ressoa em minha mente, protagonizado por uma aluna do sexto ano cuja maturação precoce revela uma malícia inusitada. A audácia de sua fala, incitando colegas a "infernizarem" seus pais para agredir um professor, ilustra o desconcertante jogo de poder presente na dinâmica escolar. Uma ameaça que, inicialmente, julguei pertencer ao folclore das inquietudes juvenis, mas que, ao revisitar, revelou-se uma narrativa que transcende o trivial.

Surpreendentemente, um encontro com um senhor, ainda jovem, em plena tarde, me questiona sobre a recusa de aceitar o trabalho de sua enteada. Uma indagação que, longe de intimidar-me, suscita dúvidas sobre a dificuldade em acreditar na filha adotiva. Questões entrelaçadas com a complexidade das relações interpessoais na comunidade escolar, onde o inusitado se torna parte do cotidiano.

A rivalidade entre colegas docentes, mascarada por elogios hipócritas, revela uma teia de intrigas e disputas veladas. A escola, unificada em teoria, torna-se palco de egos inflados, onde a qualidade do ensino cede espaço a um jogo de aparências. As avaliações externas, sempre indicando índices baixos, testemunham uma realidade que transcende a sala de aula, permeada por desafios e desigualdades.

A atmosfera carregada de medo, promovida pela ameaça de alunos marginais e coordenadores persecutórios, é exacerbada pela insegurança do contrato temporário e pelos bônus governamentais. Uma realidade que torna a greve dos professores uma mera utopia, incapaz de galvanizar a união entre educadores e educandos.

Nesse intricado panorama, aprendi a desvelar um sorriso perante as adversidades, a afirmar que tudo está às mil maravilhas, mesmo no silêncio de meu quarto, onde as preces noturnas buscam afastar as adversidades que assolam meu trabalho. Uma tentativa de resistir ao caos e, mesmo diante das críticas, continuar oferecendo aulas dinâmicas, acirradas, na esperança de, no mínimo, transmitir algo útil.

A coordenadora, inadvertidamente, destaca o caos de minha sala de aula, elogiando, de maneira equivocada, minha resistência. No entanto, o que ela rotula como bagunça são apenas minhas tentativas incessantes de ensinar, amenizando revoltas e buscando, como sugeriu Platão, educar como se fosse um jogo. Afinal, na intrincada trama da educação, é preciso jogar com as peças que a vida nos apresenta, compreendendo a disposição natural de cada aluno.

Assim, entre as avarias cotidianas da escola e os desafios que permeiam meu caminho, percebo que, mesmo em meio às avarias, a missão de educar persiste. Uma jornada que transcende o imediato, deixando-me refletir sobre o verdadeiro propósito de minha presença na sala de aula e sobre as marcas que deixo na vida desses jovens que, por ora, são apenas bombas relógio à espera de detonação.

Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 10/04/2014
Reeditado em 05/07/2014
Código do texto: T 4764156
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