"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O OSSO DURO DE ROER ("Por mais que o osso esteja duro de Roer... Tem sempre alguém querendo tomar ele de você!— Matheus Carreiro)



Crônica

O OSSO DURO DE ROER ("Por mais que o osso esteja duro de Roer... Tem sempre alguém querendo tomar ele de você!— Matheus Carreiro)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           O sistema educacional brasileiro público, sobretudo em Goiás com seu IDEB  campeão no país, é, na verdade, um defunto. Vamos confirmar isso, agora, depois da pandemias. E o futuro é previsível, imagine um defunto, o qual os seus familiares relutam em enterrar. Apenas embalsamam e usam maquiagem, Apesar do tudo o mais, o mau cheiro já denuncia a deterioração. Todavia, só acreditarei em ressurreição, se os filhos dos professores começarem a estudar nas escolas onde eles lecionam! É difícil achar um professor que rejeitou outras opções, priorizando o magistério, quase todos o são por falta delas. Depois se encontram em um ambiente tão morno, ficando difícil sair do caldeirão da bruxa. Uma vez cozido, vira comida preciosa de políticos! É como já disse Luigi Pirandello: "A educação é inimiga da sabedoria, porque a educação torna necessárias muitas coisas das quais, para sermos sábios, nos deveríamos ver livres."
           Depositei a gota d'água, quando tentei me mostrar zeloso pela língua, então escrevi lá: " Quero votar em um candidato a presidente, pois nunca suportei a palavra "PRESIDENTA". Devem ter me achado machista demais, mas eu de forma alguma defendi a palavra "DENTISTO", só não queria mais transtornos linguísticos.
           Sou um semelhante a muitos outros da educação, eu nunca quis sair do Grupo: "Mobilização dos professores de Goiás" (Facebook). Pelo contrário, sempre pensei que tínhamos algo em comum. Mas, de tanto postar perguntas reflexivas e receber afrontas de professores como respostas, fui, cada vez mais, provocando e provocado, e eles, dessa vez, reagiram radicalmente, banindo-me do seu meio virtual, então não posso postar mais nada e nem comentar nada aos seus 20.000 membros, supus ser meus colegas de profissão, os tais que só pensam em salário, talvez, todos bem intencionados. Lembrando que, nem sempre, colega é amigo, o sistema se fez assim, por dentro e por fora, de perto e de longe. Antigamente, os incomodados se retiravam, porém hoje são os incomodadores retirados. Será se a verdade incomoda os da zona de conforto? Ainda nem sei o que poderia ser confortável ao derredor do cadáver, evitando a hora de sepultamento! Já fede! Então, continuarei procurando uma razão suprema para a frase: "Os iguais se protegem".   
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 18/09/2014
Reeditado em 10/10/2014
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sábado, 4 de outubro de 2014

A VULGARIDADE DE UMA SALA DE AULA ("Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola". — George Herbert)



Crônica

A VULGARIDADE DE UMA SALA DE AULA ("Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola". — George Herbert)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Refugiados no direito, querem obrigar o professor a explicar o conteúdo tantas vezes os alunos perguntarem, assim desperdiçam o melhor de um novo conteúdo: a introdução. Todo começo de aula é tumultuado, eles pensam que se o clima não for propício ao professor, este atrasará o início, porém o forte e determinado mestre começa mesmo assim, então quando percebem o andamento da aula, e uns poucos fazendo atividade valendo "visto", tomados pela curiosidade,  alguns dos atrasadores do progresso começam formalizar as interrupções infrutíferas objetivando quebrar o andamento. Por que jamais conseguem entender perfeitamente? Perderam a base de tudo. Por isso, pedem repetições, forçando o "amassar barro". Os espertos se mancam e interrompem com modéstia: — "Prossô, posso ir no banheiro beber água?" – beba toda água por lá, contanto que demore voltar. Outros insistem em pedir aula particular e na atenção individualizada, chamando o professor insistentemente à sua carteira. Como se fosse o dono do professor! Mas, a maioria continuam fazendo barulho, conversando bobagens a fim de atrapalhar o empenho dos poucos ainda responsáveis. Eu chamo isso de socialização de baixo nível. Tenho visto o sucesso de aluno, provando a inutilidade da escola, esses precisaram dela só para atrapalhar as aulas dos outros. hoje são profissionais dos serviços que ninguém quer fazer, porém ganha muito dinheiro. "Os tolos são muitas vezes promovidos a grandes empregos em utilidade e proveito dos velhacos, que melhor os sabem desfrutar".(Marquês de Maricá).
           Outro comportamento banalizador, enfeitado com uma boa desculpa, é o comportamento dos retardatários de todos os dias, quando chegam, arrastam cadeiras por dez minutos até se convencerem que foram vistos e se impuseram.
           Há uns tais depravados usando o "Num vim", nunca fazem nada, alegando nem ter vindo ontem. Estão, querem atribuir a culpa ao professor? Por que eles não fizeram as atividades atrasadas? Estes buscam a ajuda da coordenação, e justos pressionam o professor por novos favores, também estão sempre bem amparados com atestados de dentistas e bilhetes assinados pelos pais para lograr atividades posteriores e facilitadas.
           O mais ridículo e aviltante comportamento é o dos alunos mascarados de bom e cobram do professor a ordem na sala, por que eles se acham merecedores de uma boa aula, pela eficácia de dua hipocrisia, mas só fingem serem alunos "dedicados", e o professor gosta é assim! Mas, estes, aparentes justos, fazem as atividades e emprestam o caderno para queles bagunceiros copiarem, alimentando seu vício. Os irreverentes plagiam conseguindo a mesma nota e ai do professor se não as desse, será taxado de discriminador: A solidariedade do suicídio. Por que os bons nunca se unem ao professor na discriminação do mal comportamento?
            Enfim, o sistema ( ou sei lá quem) dá sua maior parcela de trivialidade, quando pressiona a escola, e esta por sua vez, na pessoa da diretora, com pudor nenhum, coage o professor a aprovar todos os seus alunos, em nome das bonitas estatísticas para assegurar o emprego de muitos. 
           Qualquer coisa de graça tampouco tem valor. Talvez por isso, o alunado de forma nenhuma valoriza o sistema paternalista como está. E o termômetro do descaso é o quanto eles se importam com o livro didático ganhado do governo! Este também é um comportamento mediocrizador da aula: O professor propõe uma atividade da página tal, evitando o gasto com a xérox cara, eles dizem: — "num truce, o livro pesa". Isto é, quando não jogam a culpa no professor, dizendo: — "o sinhô não avisô que era para trazer o livro!" Cortar palavras das revistas e jornais, como uma didática fácil e barata, formando poemas visuais e concretos, também nunca querem fazer porque nem cai em vestibular algum, é assim que incentivam minha criatividade e eu a deles: Pelos atalhos. Esta é uma sociedade vulgar, em que as pessoas cada vez mais se apegam às futilidades, então só resta a escola oferecê-las.
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 04/09/2014
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sábado, 27 de setembro de 2014

A PANDEMIA PERGUNTA: POR QUE ELES FREQUENTAM A ESCOLA? ("Entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante é a do amor implorado." — Carlos Drummond de Andrade)



crônica

A PANDEMIA PERGUNTA: POR QUE ELES FREQUENTAM A ESCOLA? ("Entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante é a do amor implorado." — Carlos Drummond de Andrade)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Hoje me preocupou mais uma vez a constatação, a qual eu chegara há muito tempo atrás. Desta vez, quando reclamava do barulho desrespeitoso e todo tipo de perturbação à minha aula no matutino, uma aluna, daquelas avessa à filosofia, disse: "é que você não tem autoridade". Bem, minha autoridade vem do Satanás – expliquei ironizando – então os endeusados OPÕEM-SE, e com razão, às minhas ordens, só para se mostrarem diferentes, ACHANDO QUE SÃO GRANDES. Mas... e se o Demônio nunca existiu? Eles estão fazendo revoltas contra o nada novamente, fortalecendo suas ilusões, mais uma evidência de ignorância. E nessa situação desejei ardentemente ir morar o inferno, TALVEZ EXISTA, porque para lá, vou por méritos próprios, pelo menos serei digno, e ao céu só se vai pelos méritos de Jesus, como dizem esses "crentes". Por isso, jamais quero me sentir indigno na "carona" de alguém de outra cultura e rodeado de aproveitadores. Por certo, salvo no paraíso, eu nunca saberia viver em paz juntos a esse tanto de gente sem amor e egoísta ("Escola de Deus em tempo integral").
           À tarde, aconteceu o mesmo neste dia desfavorável, eu tentava impor respeito naquela sala de 8º ano irreverente, aplicando a experiência aprendida no matutino, foi quando uma aluna, daquelas corpulentas e intimidadoras, em distorção série/idade, diz-me com todas as letras: "Você não é de nada, só tem conversa".  Então, só me restou concordar, pois se eu fosse melhor, nem estaria aguentado tanta humilhação de pessoas daquele jeito. Pelo menos, ouvi dela que só tenho conversa, ou seja, sou mentiroso: qualidade dos infernais. Enquadrou-me no lugar certo: filho do satanás. 
          É sempre assim, na entrega dos boletins, final de bimestre, todo aluno é bom, educado e cumpridor de seus deveres, as notas baixas que por ventura pintam seu boletim é porque o professor é ruim, mal educado e não cumpridor de seu dever. Dizem eles aos pais. A desgraça nossa, é eles acreditarem sempre nos filhos e de forma alguma nos professores. Afinal, a culpa da maior parte do fracasso da educação dos jovens de hoje é inteiramente dos pais. Como estão sofrendo para tolerar seus filhos em quarentena por causa da pandemia, FELIZES os que recebem cestas básicas da merenda escolar. 
           No dia anterior, eu assistia a muitos alunos colando no simulado, sendo mais direto, na prova diagnóstica do governo. Isso deveria ser um treino para fixar as matérias na mente, porém, está sendo, sim, um treino para desenvolver técnica de colar. Bons tempos quando eu, no primeiro dia de aula, apresentava-me à classe, dizendo: Sou professor de Língua Portuguesa e quero que façam isso ou aquilo, não permito isso ou aquilo e temos um currículo extensivo a ser  cumprido, imperava o imperativo! Hoje, meu discurso mudou, apenas digo: Sou Claudeci e como vocês querem minhas aulas? O como querem aprender? Vamos conversar, não precisam me denunciar por pouca coisa! O imperativo mesmo é o medo e a frouxidão obrigatória.
           Por esses casos, eu sou obrigado a concordar com Immanuel Kant, considerando minha falta de perspectiva: "É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias."
           A escola nunca cumpriu nem este e nem aquele objetivo!!!! Frustrações renitentes! E sem mais palavras, fico por aqui.
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 19/08/2014
Reeditado em 27/09/2014
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sábado, 20 de setembro de 2014

APRENDERAM COMIGO (Então não confunda "vencer na vida" com "vencer a vida" dos outros.)




crônica

APRENDERAM COMIGO (Então não confunda "vencer na vida" com "vencer a vida" dos outros.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Alguns de meus alunos me cobram conhecimento, da forma mais cruel possível, num tom de crítica e em público. Quando erro no texto, diz o pior deles, a quem interessar minha humilhação: — "e diz que é professor de português". Fica evidente sobre estes poucos, nem querer aprender de mim, por que pensam já saber muito e focam na minha fraqueza, fortalecendo-se. Mas, eu não tenho culpa deles terem um caráter perverso, ofereço-lhes meus acertos mais frequentes. Porém, mediram-me apenas por uma palavra mal dita, ou uma frase gaguejada, ou um trava-língua mal ensaiado, ou um tê que esqueci de cortar no texto do quadro etc.  entretanto enfatizam tão veemente o meu lado ruim, o qual assumi cegamente para nunca ver sua torpe vontade de crescer. E assim, alimentam seus erros com tanto prazer, tal qual o prazer vivido pela a vingança imediata. Quem me dera ver  perdurar as lições lhes dadas, baseadas em livros, vidas melhores e intelectos privilegiados. Ah! Como dura o desejo de vingança em seu coração! Por isso, fingem desinteresse ao meu planejamento. Se faço correto é mera obrigação, porém só meus erros lhes chamam a atenção.
          Ao que ensina é justo o desfrutar ou o receber os prazeres de ver a aplicação do ensinado, a colheita bendita, a prova da utilidade. Chamo-lhes a atenção confirmando meu desejo de autoridade, repreendo-os, castigo-os e atribuo notas escalonadas conforme a produção. Mentira! Deixo correr frouxo, e todos os dias tenho de explicar a um deles por que lhe dei aquela nota baixa. Se assim não for, o pai vem à escola! Então, em meio pressão, ameaças e desacatos, pais e coordenadores pedagógicos forçam a barra fabricando nota boa, enfeitando as estatísticas. É lógico, se errei em algumas delas para melhor, ninguém vem reclamar! Embora, as boas notas constantes no boletim da maioria, só tem revelado o grau de marginalidade e não mais de intelectualidade, pois colam até nos simulados, de cuja nota também deveria ser simulada! Promovidos gratuitos na unidade escolar. Um professor levou 5 tiros de um aluno por que não lhe deu uma nota desejada. E qual professor os fará felizes? Por isso, estamos sempre em perigo. 
http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2014/08/professor-baleado-por-aluno-dentro-de-escola-permanece-sedado-na-uti.html (acessado em 13/03/2020).
            A sala dos professores tem de ser blindada para se trancarem na hora dos intervalos, por segurança. Naquele caso, o professor deu a nota que o aluno mereceu, e ele atirou no professor...( é menos mau quando nos atiram só palavras, bravatas e xingamentos) e, sobre isso, continuam intimidando os professores e encorajando outros alunos a forçar a escola aprovar todos os demais desrespeitadores e improdutivos. Certamente nos concursos, eles comprarão ou porão a arma na cabeça do avaliador conquistando a vaga. Vencer na vida é isso? Quem confunde tudo também confunde: "vencer na vida" com "vencer a vida" dos outros.
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 17/08/2014
Reeditado em 20/09/2014
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sábado, 13 de setembro de 2014

TUDO ME É LÍCITO! (Mas, Será que tudo me convém?)



Crônica

TUDO ME É LÍCITO! (Mas, Será que tudo me convém?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           O foco majoritário dentro das coisas públicas está na quantidade. Assim primam as escolas pelas estatísticas enfeitadas com números bonitos em detrimento da real qualidade. Lá, jamais podemos parar e "amolar o machado" (o segredo dos lenhadores de sucesso). A escola pode liberar o aluno mais cedo? Nem pensar! Reuniões de professores devem ser no sábado. Você se lembra dos 180 dias letivos? A educação era melhor! Agora passou para 209 e... Não sei a quem se destina essa exibição teatral, visto que alunos e professores matam aula inescrupulosamente dentro da própria unidade escolar, na hora de trabalho; coitados, perdidos no amaranhado do labirinto normativo sem sentido! Contando ainda com as muitas interrupções no horário de trabalho: vendedores e propagandistas fazem festa diante de um público cativo e sedento pelo o novo, todos os dias a sala dos professores está cheia de sacoleiros. Vende-se de tudo.
            Então, dizem: o professor nunca pode subir/descer aula quando faltar o colega, é mais uma norma da Secretaria: sair mais cedo pega mal à imagem da escola. Para comemorar o aniversário de um docente, tem-se que mentir, dizendo ser uma reunião pedagógica, caso alguém não acredite na justificativa, fecham-se as portas da sala dos professores para efetivar a festa.  
        Mas, Nada tem firmeza, estes critérios são subvertidos rápido e prontamente quando, por interesse particular, decidem dispensar uma turma mais cedo, motivo desconhecido, vírgula, é quando conveniente, é claro! Aí, os mestres assíduos são convidados a fazer o proibido em outros contextos: Descer/subir aula. Chamamos isso de ajuste operacional pedagógico, fazendo o professor ministrar duas em uma, no final suas seis aulas do turno foram ministradas aos trancos e barrancos em um quarto do período. Contudo, nem sei que alegria é essa, se os educadores, mesmo depois da tarefa feita, deverão continuar até o cumprimento do horário na sala dos professores. Seria isso simplesmente hora extra não remunerada ou reposição das faltas na qualidade das aulas subidas ou descidas?
           Todo aluno gosta de sair mais cedo, o professor também. Só a família detesta receber suas crianças mais cedo em casa, dão mais trabalho ou os pais ainda estão trabalhando lá fora. A escola de tempo integral ameniza esta situação, empilhando alunos improdutivos. No entanto e por isso, estou pensando que nem sempre criança na escola significa crescimento. Comem mais, brincam mais e estudam bem pouquinho, só fazem o que querem fazer, e existem tantos para apoiá-las nesse comportamento pirracento, batendo de frente com os professores os quais têm obrigação de ensinar matéria da matriz curricular, pois já nem se sabe mais quem são os professores chatos! Então, quem não quer ser agradável e ter aceitação? Será se isso me convém?
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 07/08/2014
Reeditado em 13/09/2014
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sábado, 6 de setembro de 2014

AS RELAÇÕES EXTRACLASSES (A céu aberto, Deus era testemunha.)



Crônica

AS RELAÇÕES EXTRACLASSES (A céu aberto, Deus era testemunha.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu, lecionando à Sócrates, ainda que na "Praça Criativa", arrodeado de jovens num debate profícuo, girando em torno e permeando vários viés dentro dos temas filosóficos do cotidiano: tipo a existência de Deus etc. Assuntos sérios foram tratados, mesmo num momento descontraído, voltando de minha caminhada da tarde, ainda nos trajes esportivos, foi assim, pude contar com as observações pertinentes dos adolescentes: Rodrigo Carvalho, Nádila Aquino, Lucas Azevedo, karlos Henrique, Josué, Marcos Antonio e Eduardo Nunes; frutífero momento multissérie. Alunos de grande potencial, mas sempre sufocados e nivelados por baixo em respeito aos trinta e tantos outros de suas salas, pois muitos fraquentadores de escola não têm propósitos educacionais. Agora nas férias de julho/2014, nesse encontro informal e desprovido de qualquer autoritarismo, eles me tomaram para intermediar o diálogo de três horas consecutivas, isto é, quando me apercebi do tempo, já tinham passado três horas. O mais considerável neste fato é a certeza da voluntariedade, foram chegando e se entrosando, de forma a compor um círculo falando tão alto e empolgadamente, que nem se observavam os transeuntes diminuindo a passada e virando o pescoço, querendo entender o a reunião.
            Um dos conceitos discutidos, no qual estou pensando até hoje, foi quando Rodrigo se disse ateu, e alguém ali o refutou, dizendo sobre ele nem saber o que estava, na verdade, dizendo, pois é impossível não acreditar na existência de Deus. Então, através do raciocínio rápido,  ele concluiu: "Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente nunca o encontro." E finalizou sua justificativa democraticamente: "...eu busco o conhecimento para conseguir entender os dois lados". Outra posição ideológica forte, no assunto: "pecado", foi quando disseram de um homem que se relaciona ativamente com outro homem ser gay também, o contra-argumento do grupo foi formulado na pergunta: e quem faz sexo em uma cabra é bode também? Um conceito teve sentido ali sobre isso: o homossexualismo vai além do simples relacionamento sexual, físico, é mental. Nesse caso, todos somos gays por tabela quando fazemos sexo com a mulher do próximo; por extensão, estamos fazendo sexo com o seu marido, dando-lhe uma forte razão para justificar o seu ciúme. E terceiro ponto digno desta crônica foi a veracidade da  Bíblia e seus relatos contraditórios, no tema fé: A arca de Noé de forma alguma tem a benção da ciência por não ter lógica, considerando a diversidade dos animais existente hoje e as condições de preservação deles no dilúvio universal jamais se entende. Então me fez pensar apuradamente o fato do Noé, um senhor de idade, poder descer o monte Ararate, já que aos alpinistas profissionais e jovens é difícil escalá-lo. Sim, os adolescentes têm a mente muito fértil! Disseram-me que para descer todo santo ajuda.
           Com esta feita, provo que quem faz a escola é o aluno, tivemos uma boa aula de filosofia, diria ainda, interdisciplinar, sem nem um recurso didático, daqueles requeridos por professores tecnicamente profissionais, mas quase nunca convencem ninguém da importância de seu trabalho robotizado vencido pela indisciplina do público alvo. Então, queimem-se aqui todos os caderninhos de  plano, e abominem os olhares estranhos de coordenador pedagógico; nem precisei de técnica de domino de classe algum, ou melhor, bastou-me apenas o domínio de minha matéria de estudo, pois  não é complicado ser um bom professor, apenas fui um intermediador do conhecimento e o método era o de Sócrates: os questionamentos. E este é meu relatório de boa nota aos meus alunos referidos, maiores comprovações pergunte a eles! Por isso, fiz questão de citá-los aqui seu nomes verdadeiros, com autorização dos mesmos, diga-se de passagem.
           Se a escola pretende preparar os jovens para a vida tem que trabalhá-los no tempo da vida, no espaço da vida, com conteúdos da vida, e vida gera vida. Ninguém estava ali obrigado! E desta vez, lecionei a quem queria aprender. Então não houve nenhum desrespeito, imperavam-se ali as leis da vida. A céu aberto, Deus era testemunha.
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 25/07/2014
Reeditado em 04/09/2014
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sábado, 23 de agosto de 2014

RESSURGINDO DOS ESCOMBROS (Fazendo das tripas coração, também funciona!)



Crônica

RESSURGINDO DOS ESCOMBROS (Fazendo das tripas coração, também funciona!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

             No final de cada semestre, os coordenadores ficam em cima dos professores, pedindo o fechamento das notas dos alunos para entregarem-nas à secretaria. Precisamos logo de férias! Aí, mora um grande problema: Os professores se apressam a entregar o fechamento, faltando ainda duas semanas para o último dia letivo do semestre, depois têm de embromar os alunos, dizendo que as atividades de agora em diante vão somar ao outro bimestre. Os alunos também querem férias e não estão nem aí mais com aulas e atividades em classe, é final de semestre. Então, os professores artistas viram milagreiros a fim de segurar o aluno na escola nas últimas semanas "letivas" de junho. A direção vigia e espreita fazendo o clima correr normal, mas "sem mover uma palha".
           Neste ano, fui impressionado sobre uma jogada criativa da professora de educação física, com a qual tenho a honra de trabalhar esses dois anos. Ela criou um campeonato contendo jogos diversificados. Como me diverti muito, torcendo pela a equipe a qual fiquei responsável, uniformizado de verde! Sem a escola ter fornecido, cada aluno veio vestido da peça de roupa que tinha em casa, contanto fosse da cor de formação da sua equipe. Observei o material didático da professora, quase nada, só algumas tiras de tecido e cordão! Ela prometeu prêmios para os vencedores, alguns bombons, comprados com as inscrições dos próprios participantes, R$ 1,00 de cada. A maioria dos alunos veio participar destas aulas de superação física e cidadania. Bravos!!!
           O que seria de nós, veteranos na educação, já calejados da mesmice padronizada, sem mais condições para chamar a atenção da comunidade escolar interna e externas? A educação precisa de uma injeção de sangue novo, mas quem se prontifica a doar o sangue por uma causa coletiva (ou de ninguém)? Todavia, e ainda bem, é o caso da professora "personal trainer" dos carentes, começando assim. Será se daqui a alguns anos, terá ela a mesma disposição ao fazer das tripas coração, transformando uma semana de improdutividade em aulas inesquecíveis ao ar livre com todos os nossos alunos?
          O tradicional interclasse de futebol já não reúne as didáticas esperadas, isto promove mais a violência do que saudáveis relações, como não foi o caso, quando se faz gincanas e forma equipes mistas independendo da séria dos alunos. Assim, eles se superam para si mesmos sem se preocupara em provar nada à classe rival. Eu estava ali, na verdade, torcendo por todo mundo. Prova disso, estou escrevendo esta crônica, torcendo pela professora ressurgida dos escombros de um semestre de tudo já cansado: as nossas aulas, a gente nem sabe mais ornamentar. O evento foi assim, igual a um embrião de qualquer semente, o qual sai com força do húmus velho. É claro que colaboramos! Mas...
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 24/06/2014
Reeditado em 23/08/2014
Código do texto: T4857284
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sábado, 16 de agosto de 2014

CRIANDO COBRA ("Manda quem pode e obedece quem tem contas a pagar")



Crônica

CRIANDO COBRA ("Manda quem pode e obedece quem tem contas a pagar")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Em tempos atuais, o professor não se reconhece em sua própria classe! Vejam, é normal o professor chegar à sala para a sua primeira aula e se sentar à sua mesa fazendo a chamada ou fazer alguns apontamentos iniciais. Mas, desta vez, não tinha a cadeira do professor, não estava no lugar certo. Tomei posse de uma qualquer, largada fora da fila, a fim de assentar-me, e qual não foi a minha decepcionante surpresa, quando uma aluna, aparecendo do nada, daquelas que não cede o banco a idoso algum, manifestou-se arrogantemente solicitando a cadeira, dizendo ser dela. Então, eu lhe disse que pegasse uma outra, pois tinham muitas sobrando ali, peguei aquela por que estava mais próximo e fora da ordem. Porém, ela queria exatamente aquela. Chega de lenga-lenga, por último, permiti sua retomada,  pois dou minha aula em pé. E ela não satisfeita com minha humildade me ordenou, obrigando-me devolver a cadeira no mesmo lugar que a achei. Mas, como? A cadeira estava bloqueando o corredor entre as duas fileira iniciais!
           À tarde, completando aquele meu dia de trabalho "promissor", quarta feira, véspera do primeiro jogo do Brasil na copa 2014, à outra escola, cheguei cedo, como sempre, para fazer alguns preparativos assim ia começar bem o turno vespertino. Quando entra, de supetão, a gestora na sala dos professores, bem no início de tudo, e começa uma reunião extraordinária: — vão fechar duas salas! – esbofou-se e, complementando o comunicado da secretaria, continua –  por falta de aluno. Eu não entendi, lembrei-me da notícia lida no portal de notícias - G1: "De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no país." E ainda, estão querendo fechar sala de aula?! E, por que não dividir o lucro das superlotadas com as unidades de poucos alunos?{http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/01/brasil-e-o-8-pais-com-mais-analfabetos-adultos-diz-unesco.html} (acessado em 09/02/2020). 
           Perguntar não ofende: O dinheiro poupado vindo do fechamento das salas, aqui em nosso caso, com menos de 15 alunos vai ser investido para melhorar os incentivos ao professor?

           Contemplando a tristeza dos professores presentes, tendo medo de perder as turmas e ter prejuízo no salário, entristeci-me também. Então a reunião termina nestas palavras: "Pois é, quando eu lhes peço aulas atrativas e com qualidade, vocês me acham chata".

           A culpa é do professor: Se o aluno não aprende, a culpa é do professor; se os pais não vão às reuniões da escola é porque os professores falam mal de seus filhos; se não têm bastantes eventos festivos na unidade escolar é porque os professores não colaboram;  se há brigas na escola, e alunos se machucam, é culpa dos professores que não separaram; se 20% da classe tem nota abaixo da média, não se questiona se aluno está interessado em estudar ou não, é culpa do professor; Se o professor adoecer e precisa faltar às suas aulas, quando voltar, será acusado de transtornador da escola toda, os seus alunos, sem professor na sala, bagunçaram nos corredores o período todo; se o aluno evade-se, é contado como índice de reprovação, também responsabilizando o professor; enfim, se a escola fracassa a culpa é do professor.  “O professor é a expressão da escola na qual ele está inserido”. (Thelma Torrecilha). Portanto, ainda, é o professor que ganha menos, ganha somente pelas "aulinhas" ministrada sem gratificação alguma. É essa a visão da sociedade sobre o professorado e assim nos recompensa...! As ameaças nos motivam a atender os seus apelos, também, esdrúxulos. Para tanto, voga o lugar comum: "Manda quem pode e obedece quem tem juízo": A Máxima da Educação. Do outro lado, o coordenador pedagógico ainda insiste em perguntar por que o professor tem medo do aluno!!!
Claudeko Ferreira

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Enviado por Claudeko Ferreira em 12/06/2014
Reeditado em 16/08/2014
Código do texto: T4842128
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